terça-feira, 10 de julho de 2012

E aí, comeu?

 
O cinema brasileiro sempre teve lugar para comédias. Entre altos e baixos, já caminhamos por diversos tipos de humor e abordagens, mas como o próprio filme fez questão de mostrar, “E aí, comeu?” é um pouco diferente do já conhecido, ou pelo menos algo refrescante dentro da safra mais recente de risos nacionais:



Honório, Fernando e Fonsinho (Marcos Palmeira, Bruno Mazzeo e Emilio Orciollo Netto, respectivamente) são amigos de longa data, que ultimamente tem compartilhado crises em relacionamentos, sem conseguir entender as mulheres. Honório é casado com Leila (Dira Paes), e suspeita que está sendo traído. Fernando acaba de ser deixado por Vitória (Tainá Muller), e em meio a seu sofrimento conhece Gabi (Laura Neiva), de 17 anos, que começa a abalar suas convicções. Já Fonsinho é um conquistador barato que nunca teve um relacionamento série e se especializa em mulheres casadas, dividindo seu tempo entre gastar a fortuna de seu pai com garotas de programa e bebida e escrever um livro que nunca consegue terminar – mesmo com as críticas da garota de programa de luxo Alana (Juliana Schalch), pela qual se apaixonou. Os três se reúnem diariamente no Bar Harmonia, onde, entre petiscos e bebidas, discutem relacionamentos, amor, sexo, mulheres e suas coleções particulares de dilemas, sempre acompanhados do fiel garçom conhecido como Seu Jorge (Seu Jorge).

Não é por nada que o logotipo do filme seja uma “bolacha” (apoio de copos) de bar – um dos principais pontos fortes da produção são as recorrentes cenas no Bar Harmonia. Para começar, é interessante observar como o local serve de ponto de partida para os principais eventos da trama, assim como fio condutor, garantindo que os amigos sempre voltem a se encontrar, mesmo se seus dilemas os levarem a se separar antes ou depois das cervejas. De certo modo, a fórmula lembra diversos sitcoms, mas funciona de maneira um pouco mais fluída que nesses casos.
O melhor disso, porém, é a naturalidade. Com um excelente trabalho de diálogo, assim como crédito ao trio Palmeira, Mazzeo e Orciollo Netto, grande parte do humor fica nas filosofias regadas a cerveja, cheias de análises e teorias, nas reclamações, sofrimentos e conselhos, ou mesmo no besteirol puro e simples. Os três falam o que se ouviria de um grupo de amigos em um bar, permitindo que muitos de nós consigamos ver situações similares em nossas vidas. Interessantemente, a xingação e os palavrões obrigatórios a um papo de bar existem, mas soam tão naturais que ninguém se sentirá pouco a vontade. Seu Jorge, fazendo as vezes de um garçom que se parece com ele mesmo (sério!), ajuda a manter o clima natural e interessante, parecendo exatamente o tipo de figura mítica do “garçom amigão” que esperaríamos ver num local do tipo.

A conversa é sempre obviamente tendenciosa – os três não fogem de certo machismo, mas a trama não apóia as teorias e besteiras de nenhum deles, alternando entre concordar e discordar com o trio, deixando que vejamos os lados deles e das mulheres, e até permitindo alguns bem-dados “petelecos” que divertem o público.
Individualmente, as tramas pessoais dos protagonistas, assim como os próprios personagens, não fogem de certos clichês. Com exceção da dinâmica do bar, os dilemas já apareceram antes em outras produções. Ainda assim, uma ótima atuação do trio, assim como secundários envolventes (em especial as mulheres da vida de cada um) ajudam a manter as coisas interessantes. Os romances são aprofundados o suficiente, apesar de algumas soluções rápidas, e valem tanto pela diversão quanto pela discussão. Um crédito à montagem, também, que evita que qualquer um dos três se sobreponha demais aos outros.

No que toca ao humor, as coisas são surpreendentemente menos escrachadas do que o esperado. Fique pronto para alfinetadas sobre relacionamentos, sobrando para ambos sexos, assim como humor situacional. Mazzeo geralmente rouba a cena em matéria de riso, mas Palmeira e Orciollo não deixam de ter seus momentos, em especial com suas narrações e definições sobre minúcias de relacionamentos e sexo.
O trailer não mentiu – “E aí, comeu?” é um filme para ver com os amigos, amigas, namorado, namorada… Há humor o suficiente para todos, apesar de, à primeira vista, parecer ideal apenas para os homens.


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copiei daqui

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