Juro que nunca vou entender o apelo de Robert Pattinson. Ele trabalhou bem em “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, mas assim que tornou-se parte da “Saga Crepúsculo”, ele parece ter esquecido tudo que aprendera na escola de atuação. Por algum motivo, milhões de mulheres ao redor do mundo caem em prantos sempre que ele aparece na tela e isso supostamente lhe basta. É um ator que simplesmente decidiu parar de evoluir como profissional.
E em “Bel Ami – O Sedutor”, temos de acreditar que ele é capaz de conquistar qualquer mulher que cruze seu caminho.
Sim, claro…



Aqui conhecemos Georges Duroy (Robert Pattinson), filho de um camponês e ex-soldado que passa por dificuldades na cidade de Paris em 1890. Ele não tem dinheiro, instrução ou classe, ele apenas guarda ressentimento de todos aqueles que possuem mais do que ele.
Uma noite ele re-encontra um velho amigo do tempo do exército, Forestier (Philip Glenister), que convenientemente é editor de um jornal sobre política na cidade. Condoído ao ver seu colega em tão deplorável estado, o editor lhe dá dinheiro para comprar vestes novas e o convida para jantar em sua casa, na esperança de oferecer-lhe um emprego melhor do que ele tem agora.
E assim, Georges vai e conhece as mulheres mais influentes de Paris, Madeleine (Uma Thurman), Clotilde (Christina Ricci) e Virginie (Kristin Scott Thomas). Georges vê nelas seu passaporte para a felicidade e seduz todas, uma de cada vez, e as usa conforme lhe é conveniente. Por exemplo, ele consegue um excelente emprego no jornal, graças aos artigos que Madeleine escreve e nos quais ele apenas assina.
E assim inicia-se a escalada social de Georges, que foi algo que me fez coçar a cabeça em mais de um momento ao longo do filme.

Fica claro ao longo da história que Dubois é um ignorante e um simplório. Se fosse um pouco mais fisicamente imponente, ele não seria diferente dos rudes homens que este tipo de história normalmente coloca como trabalhadores braçais de comportamento grosseiro. De fato, em um encontro com Clotilde, ele a leva até o bordel que costumava frequentar, pois em sua mente, este é o único tipo de diversão que consegue compreender.
Como um homem assim conseguiu seduzir não uma mas TRÊS mulheres inteligentes e sofisticadas da alta sociedade? Dubois é extremamente desinteressante, interrompe conversas com Madeleine para tentar convencê-la a fazer sexo e mesmo quando conta sobre seu pai para Clotilde, ele soa mais como um chato do que como alguém sofrido.
E isso tudo deve-se a atuação de Pattinson, que simplesmente “liga o botão de Edward” e segue em frente com ele. Ele age aqui do mesmo jeito que o faz em “Crepúsculo”, sem expressão, com um olhar distante que tenta passar profundidade mas que falha miseravelmente e com uma intensidade tão forçada em alguns momentos que torna-se ridícula.
E quanto ao resto do elenco? Bom… todos se esforçam, mas não conseguem fazer milagres.
Uma Thurman parece desistir do filme no meio da história e opera no piloto automático pelo resto de sua duração, sem a vontade que nos acostumamos a ver em seus outros trabalhos. Kristin Scott Thomas… bem, ela só grita, se descabela e age como uma adolescente histérica… talvez tenha baseado sua atuação nas fãs de “Crepúsculo” que tentam arrancar pedaços de Pattinson toda vez que o veem em pessoa.
A lufada de ar fresco vem com Christina Ricci, linda, elegante e charmosa em seu trágico papel como Clotilde. Sua personagem é a única dentre as três protagonistas que se apaixona de verdade por Pattinson e seu coração partido com as maquinações do rapaz é algo palpável.
Se ela conseguiu isso trabalhando com o nada de emoções que Pattinson lhe dava, imagino que ela conseguiria contracenar com uma caixa de papelão e ser convincente.

Infelizmente, nada mais no filme o salva. A história é fraca e o desenrolar da trama é quase nulo.
Ok, Georges sobe na vida através da sedução… e daí? A história não nos oferece nada além da hipocrisia do rapaz, suas maquinações para se dar bem na vida e sua tolice, tentando fingir que é um membro da alta sociedade quando é pouco mais que um bruto. Apenas acompanhamos o seu dia a dia, enquanto ele usa as pessoas e as destrói para ter sucesso na vida.
E só. Não existe nenhum traço de redenção na história de Georges, ou evolução da parte do personagem. Ele começa e termina a história como um absoluto, que molda aqueles que estão a seu redor para que sirvam as suas vontades.
Isso funcionaria em outras histórias, que trouxessem um protagonista mais bem desenvolvido, algo que não temos aqui. A maior parte das relações soam artificiais, com pessoas tomando decisões capazes de mudar suas vidas sem pensar apropriadamente nelas.
Georges pede Madeleine em casamento literalmente em frente ao leito de morte do marido dela. O sujeito morre e segundos depois, o rapaz faz a proposta… QUE ELA ACEITA!!! Mesmo no século 19, onde uma mulher da sociedade precisava ser casada para ter algum respeito, tal acontecimento é bastante improvável.
O filme mais parece um amontoado de cenas aleatórias que foram editadas de forma a parecerem uma história bem conectada. De fato, como eu disse no início do texto, “Bel Ami – O Sedutor” é um filme que “apenas é”. Ao seu final, será como se você não tivesse assistido nada, pois não tirou proveito algum desta produção.

Se queríamos uma prova de que “beleza não põe na mesa”, a temos agora com “Bel Ami – O Sedutor”. Entendo que o papel de Georges deveria pertencer a qualquer outro ator de boa aparência… mas existem tantas opções melhores que Pattinson hoje em dia, que sua escolha me soa como uma jogada de marketing que deu errado.
“Bel Ami – O Sedutor” parece ter sido feito como uma tentativa de capitalizar na popularidade de Robert Pattinson. Seus produtores devem ter acreditado que a ausência de um roteiro, uma direção maçante e personagens sem nenhum carisma seriam todos esquecidos assim que a beleza de Pattinson tomasse as telas de cinema.
Bem, só posso acreditar que eles estavam totalmente errados em assumir isso.






copiei daqui