Never Mind

Era apenas um domingo, eu me lembro de rir da sua quase cabeça careca infestada de cabelos brancos perdidos. Quem imaginaria algo tão longo em uma vida tão curta, apenas alguns encontros pela necessidade e tudo acontecendo, fluindo como o uísque que penetra agora em nossas veias.

O ano hoje é 2011 e eu gosto de pensar que minha geração vai chegar a ter tempo de jogar baralho na praça ou simplesmente poder cortar fila por causa da idade avançada. É gostoso pensar que mostrarei fotos para meus sobrinhos de como eram seus pais, de como o tempo em que eu vivi foi melhor do vai ser no futuro, que as bandas não eram vendidas e que as pessoas tocavam com o coração (o que não seria totalmente verdade).

Meu plano de carreira é meio curto e minha vontade de viver vem me destruindo por tudo demorar tanto tempo. É difícil engolir que apenas algumas horas separam você de uma saudade, que apenas uma falha no coração pode causar estragos, que a vida é mais frágil do que se pensa, e que as pessoas se importam mais do que parece. E daí vem àquela pergunta por que tudo parece estar tão errado? Será que é puro otimismo acreditar no ser humano? E de novo caímos em questionamentos que nos dão não só dois lados de uma moeda, mas sim muitas e muitas probabilidades, aquele que se encontra feliz hoje dirá que tudo vai bem enquanto aquele que acabou de sofrer uma perda ou frustração acabaria dizendo que as pessoas andam mal. Então quem estaria certo?

Despeço-me aqui da minha inquietude de ser. Procurando sempre mais respostas e indagando mais perguntas, tentando compreender aquilo que não foi feito pra se entender.

“O crescimento vem da determinação de entender que acima de estar certo ou errado é melhor aquele que aprende”